Unidos contra o Flamengo em ação que irá para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), os 19 clubes da Série A debatem, em paralelo, medidas para manter a união em bloco que começou a ser desenhada com a Nova Liga, mas acabou travada após desentendimentos na última reunião de julho.
Uma das possibilidades seria relançar o grupo sem a presença do rubro-negro. A atitude é debatida de forma bem inicial e é considerada difícil de ser colocada em prática no momento, mas entrou no cenário depois da insistência do time carioca em ter público de maneira isolada nas competições nacionais.
A ideia seria usar o que tem sido chamado de "egoísmo" internamente como combustível para unir novamente os demais em torno de uma só pauta. Uma das premissas iniciais era que o interesse coletivo deveria aparecer sempre antes do individual, como mostrou o Blog do Perrone. Há equipes que se animam com o debate, mas a maioria ainda trata isso como última alternativa. Os times da Série B ainda nem participaram das conversas.
A eventual união de todas as outras equipes conseguiria minimizar os danos de o grupo não contar com o time mais popular do país e um dos mais fortes na hora de negociar direitos de televisão.
O Atlético-MG, que entrou e ganhou ação no STJD para ter público, divulgou nota ontem (8) afirmando que não assinará a petição dos demais clubes, mas que desistiu de colocar público mesmo com a vitória nos tribunais em nome do fair play esportivo.
Essa saída do Flamengo do grupo para defender seus interesses de maneira isolada já era uma ação prevista desde o início da união dos times, como já havia mostrado o blog.
Tudo pelo passado recente da equipe comandada por Rodolfo Landim. Em junho de 2020, o Flamengo desagradou a todos os times que se uniam em torno da MP do Mandante quando fez de tudo para transmitir um jogo contra o Fluminense em seu canal próprio.
Depois, a equipe ainda foi aos tribunais para tentar evitar o jogo contra o Palmeiras em meio a pandemia de coronavírus, mesmo que isso contrariasse o acordo entre os times e a CBF, que tinha criado uma cartilha para definir quando uma partida seria adiada. O Flamengo, por sua vez, se vê seguro na situação e diz que tem sido coerente com suas próprias medidas e ainda cita outros episódios em que não foi defendido pelo grupo como maneira de justificar sua atuação no momento.